sábado, 23 de dezembro de 2023

Bom Natal e Feliz Ano de 2024

Diz a tradição irlandesa que um funeral é igual a um casamento excepto que há menos um. O funeral de Shane Magowan foi mesmo isso, uma despedida que mais parecia uma festa. O Fairy Tale of New York tinha que ser a música de Natal deste ano.
2024 será novamente ano de mudança de vida. Um santo Natal e um ótimo 2024. 

 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Feliz Natal e um Ótimo 2023

Em termos pessoais, apesar dos muito desafios, 2022 não tem sido um ano particularmente feliz. Recordo-me, no entanto, do que pedia há cerca de um ano. Poder dar um beijo, um abraço, livre do Covid...

A vida deu-me isso e muito mais. Aprender a ser feliz com o que temos é uma grande virtude. Talvez a maior!

Há apenas uma semana terminou o campeonato do mundo de futebol. Surpreendentemente, para mim, um excelente espetáculo desportivo. Sou um apreciador do rigor e do método dos alemães. No futebol isso conduziu a 4 campeonatos do mundo. Os argentinos têm muito de genial. No futebol isso deu 3 campeonatos do mundo. Nos brasileiros tudo é alegria e samba. E no futebol isso deu 5 campeonatos do mundo.

Imaginem a melhor filarmónica do mundo, alemã, provavelmente o maestro mais genial da atualidade, argentino, e a alegria musical do Zéquinha de Abreu, brasileiro. Isso não dá uma música de natal, mas resulta numa interpretação que me faz pensar que 2023 será fantástico. É isso que desejo!



 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Feliz Natal e, agora sim, um 2022 normal

Ainda não foi desta que nos livramos da pandemia e das suas restrições. Que para o ano, nesta simples mensagem, possa festejar o fim das restrições, a família toda junta, a menos dos que já partiram e tanta falta nos fazem à vida e à alma, sentir o calor de um beijo e de um abraço, até de um aperto de mão, sem medo. Só com a mais pura das alegrias.
Um feliz Natal e um extraordinário 2022.


quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Nacional 2

Etapa 6 – Ferreira do Alentejo - Faro - 142 km

A saída de Ferreira do Alentejo foi por volta das 8h, com um nevoeiro matinal fresquinho. Como o alojamento não tinha pequeno almoço, parei no primeiro café aberto para comer qualquer coisa. À saída de Ferreira do Alentejo, tal como à chegada, a N2, que aqui se chama R2, está muito mal. Parece que a estrada não é única no país, varia de dono de distrito para distrito!

O início da etapa é muito rolante. Verdadeira planície alentejana, passando-se por Aljustrel e Castro Verde. Aljustrel é terra de mineiros e, graças às minas de Neves-Corvo, a vila possui uma dimensão apreciável. Continuei a pedalar até Castro Verde, onde fiz a primeira pausa para reforço alimentar. Em Castro Verde cruzei-me com uns motards de Mafra que já me vinham a acompanhar há um par de dias. Curiosamente cheguei exatamente ao mesmo tempo que eles a Sagres. 

Após esta pequena pausa segui decidido até Almodôvar, sempre pelo meio da típica paisagem Alentejana, embora a ondulação do terreno começasse a aumentar.

Após Almodôvar inicia-se a serra algarvia, o que torna a subida ainda mais complicada. Ele sobe e desce constantemente. Decidi parar a meio da Serra, para almoçar, o que aconteceu em Ameixial. Um barzinho com uma pequena represa, fantásticos. Senti-me tentado a dar um mergulho, mas fiquei preocupado com as consequências de pedalar com os calções molhados. 

Após o almoço, continuação da subida da serra até ao ponto mais alto da serra do caldeirão, à cota 569 m. Apesar do cansaço, as vistas do topo e a paisagem da serra algarvia merecem uns minutos de paragem 

Desde o topo, até Alportel, o percurso é tendencialmente a descer, mas num constante desce e sobe. Após São Brás de Alportel, aí sim, a sensação de que o objetivo está completo aparece! São 16 km sempre a descer ou com pequenos planos.

A chegada a Faro é feita com muito trânsito e a N2 termina numa rotunda ainda com mais trânsito. É difícil atravessar a rotunda para a foto da praxe, e os automobilistas não facilitam. No meio de tanta rotunda autárquica, talvez a mítica N2 merecesse algo mais nobre no seu fim!


Amanhã farei um balanço do percurso, e da beleza contrastante do nosso Portugal. Mas neste período de eleições autárquicas incomoda a poluição visual de tanto cartaz espalhado pelo país. E além das caras, que diferem, a mensagem é igual em todo o país: força, confiança, mudança, o futuro começa hoje, fazer melhor… Para um observador de fora, mais racional, isto só afasta as pessoas da política!

O desafio valeu a pena e julgo que o repetirei. Mas não o voltarei a fazer sozinho. Concretizada a parte N2, amanhã pedalarei até Sagres, que é a nossa Finisterra!

Distância percorrida – 142 km

Acumulado de Subidas – 1319 m

Tempo a pedalar – 7h19m


Nacional 2

Etapa 5 – Montargil – Ferreira do Alentejo - 131 km

A saída de Montargil teve o tónico da vista do nascer do Sol sob a barragem, o que me obrigou, ao fim de 2 km, a parar para a primeira foto do dia. 


A seguir a Montargil o percurso foi rolante, no meio da típica paisagem alentejana. Retas intermináveis, no meio de campos de cereais, plantações de oliveiras, e a estrada sempre rodeada por sobreiros ou pinheiros. A cada nova reta a paisagem é igual, mas igualmente deslumbrante, e por isso nunca cansa de admirar.



Ao chegar a Montemor-o-Novo fui ultrapassado por uma ciclista. Vinha bastante mais leve do que eu, mas também andava mais do que eu. Como estava cheio de andar sozinho, forcei um pouco o ritmo e meti conversa. Pedalamos juntos até ao Escoural e com uma outra companhia: chuva de trovoada intensa. Por essa razão nem paramos em Montemor, apenas no Escoural, já com o sol a brilhar. Almoçamos juntos de faca e garfo, num café simpático na beira da estrada. No meu caso javali assado no Forno.


Após o almoço arranquei sozinho, já que a minha nova companheira dizia que tinha de descansar meia horita a seguir ao almoço. A próximas paragem foi em Alcáçovas, terra que me obrigou a fazer um desvio para passar no centro, por curiosidade histórica. Uma vez, ao pesquisar informação sobre a casa da minha avó, que era brasonada, li que tinha tido uma ligação aos condes de Alcáçovas. Não fazia a mínima ideia onde ficava tal terra! Passei a saber agora, com uma visita rápida ao centro. 


Continuei então o meu ritmo de pedalada mas voltei a ser apanhado pela Maria Areias a 13 km de Ferreira do Alentejo. Mais uma vez forcei o ritmo e, mais uma vez, apanhamos uma molha, desta vez mais leve. Chegados a Ferreira bebemos os dois uma preta e fizemos um brinde.

Cheguei mesmo bastante cansado. Acompanhar uma triatleta com menos 15 kg na bicicleta não foi fácil! Felizmente o alojamento, desta vez, tinha piscina e terminei o dia com um belo mergulho na piscina.    

Distância percorrida – 137 km

Acumulado de Subidas – 1270 m

Tempo a pedalar – 6hh55m

terça-feira, 31 de agosto de 2021

 Nacional 2

Etapa 4 – Pedrógão Grande – Montargil – 131 km

A saída de Pedrógão grande foi um bocadinho mais tarde, para aproveitar 5 minutos de conversa com dois automobilistas, do Porto, o Vítor e a Cristina, que andavam há 3 dias a cruzar-se comigo.

Atravessa-se o Rio Cabril na barragem com o mesmo nome e a vistas são magníficas, quer as da albufeira quer as do fio de água, a jusante. 


Até à Sertã não acontece nada de muito relevante, embora sejam muitos os troços onde o sobreiro começa a ladear a estrada. Na Sertã, pausa para um café. Apesar do rio e de um parque engraçado, a cidade claramente precisava de mais qualidade arquitetónica dos edifícios.

Após a Sertã, até Abrantes, a N2 foi requalificada sendo uma via semi-rápida. Nada interessante, a não ser pelas vistas, mas sem qualquer ligação às terras. 

O primeiro filme de animação que vi com o meu filho mais velho foi o Cars. Perdido em Radiator Springs, o Faísca McQueen aprende a gostar daquela terra perdida e esquecida. As estradas eram feitas para se chegar, não para se passar.

Antes de chegar a Vila de Rei fiz um desvio até ao centro geodésico de Portugal. 700 m de desvio com uma subida de 100 m, mas vale realmente a pena pelas vistas.

Sendo Vila de Rei o centro de Portugal, perto desta localidade encontrei o meio da estrada.


A grandes dificuldades da etapa estavam ultrapassadas e o almoço foi em Abrantes, mais uma vez num café à beira da N2. A primeira pergunta que me fizeram foi se eu queria o carimbo. Respondi que estava a fazer a N2 mas não ligava muito a isso. No entanto, no final, lá pedi um passaporte e coloquei o respetivo carimbo. É o único!

De Abrantes até Montargil o percurso é muito rolante, apesar do calor e, hoje, do vento sul, que parece que cansa mais do que algumas montanhas. Mas a vista da albufeira de Montargil deu o empurrão que faltava, embora Montargil seja num alto.

Cheguei mesmo muito cansado, muito graças ao vento contra.

Distância percorrida – 131 km

Acumulado de subidas – 1352 m

Tempo a pedalar – 6h54m

 

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Nacional 2

Etapa 3 - Viseu - Pedrógrão Grande - 144 km

Aparentemente hoje esperava-me a pior etapa, quer em distância quer em acumulado de subidas. Por isso saí cedo, para aproveitar o fresco da manhã, da cidade de Viriato.

Os primerios quilómetros após Viseu tinham muito trânsito e eram, basicamente, ao longo do IP3, que se sobrepôs a N2 em muito do seu percurso. Por essa razão, cerca de 10 km após Viseu, decidi seguir à ecovia do Dão, até Santa Comba Dão. Para quem vai de bicicleta parece-me uma ótima alternativa: muito rolante, bom piso, no meio de carvalhos e estações abandonadas e, a maior parte do tempo, com vista sobre o Rio Dão.
Foram cerca de 30 km a rolar rápido, tendo saído ligeiramente à frente de Santa Comba Dão, onde fiz a primeira paragem para abastecer, num supermercado à beira da estrada.
O troço seguinte é aquele em que se tem que ir muitas vezes ao IP3, o que não é agradável para as bicicletas. Também não deve ter sido muito agradável para os dois compinchas alentejanos, em duas motorizadas, mas com uma carga que parecia adornar a qualquer momento. Chegaremos ambos a Faro na 5ªfeira, pelo que comentei que mais valia vir de bicicleta.
A chegada a Penacova faz-se ao longo do Mondego ou seus afluentes. Mas há um monumento geológico que vale a pena parar e visitar: a livraria do Mondego. Considerando a minha costela geotécnica, não resisti a sentar-me 10 minutos apenas a admirar a obra. E, apesar da beleza do sítio, não encontrei vivalma, pelo que pude escutar o silência do rio.
 
Apesar da subida para Vila Nova de Poiares ser dura, decidi ir almoçar a Góis, já quase com 100 km de estrada. Uma paragem um bocadino mais prolongada já que a vista era assustadora. Afinal de contas, a seguir é preciso atravessar o sistema montanhoso Montejunto-Estrela, que divide fisamente o país. Foram portanto 20 km sempre a subir com um acumulado de mais de 600 m. Mas as vistas, apesar do excesso de eucalipto, consolam a alma.

Depois do alto da Serra, 12 km de descida até Álvares, com passagem pelo marco 300. Álvares é uma terra bonita e, não fosse o adiantado da hora, daria um mergulho na praia fluvial.

Até ao final mais 20 km a tentar rolar o mais rápido possível, apesar do cansaço, que já se fazia tarde. Fiquei em Pedrógão Grande, num alojamento local muito confortável.

Distância da etapa - 144 km
Acumulado de subidas - 1663 m
Tempo a pedalar - 8h